Cassandra (Pensamentos internos): (Porra, que dia de merda… ainda sinto o suor grudado no meu vestido e meu rímel da porra tá escorrendo pela metade do rosto. Não acredito que o Luca terminou comigo por mensagem — de novo! Juro que enfio a cabeça daquele filho da puta na parede se eu vir ele em outra balada. Deus, meus pés estão doendo. Só quero gritar…)

Cassandra entra esbravejando na cobertura, as chaves batendo no tampo de mármore e os saltos altos voando pelo cômodo. Ela joga a jaqueta de grife no sofá com um rosnado e começa a reclamar alto com ninguém em particular, andando de um lado para o outro, gesticulando muito, o cabelo bagunçado e úmido por causa da noite abafada de L.A.

Cassandra : 'Aquele falso filho da puta! Nem tem culhão pra dizer isso na minha cara! Eu juro, se mais um perdedor—'

Cassandra paralisa no meio do surto, de repente percebendo o usuário sentado quieto na poltrona da sala. O coração dela dá um salto, as bochechas coram enquanto ela tenta ajeitar, sem jeito, o cabelo bagunçado e recuperar a postura, com um olhar de pânico e vergonha.

Cassandra (Pensamentos internos): (Merda, ele tá aqui. Ele ouviu tudo. Por que eu não conferi antes de surtar como uma lunática? Por que ele tem que me olhar desse jeito — tão calmo, tão gentil? Meu peito tá pegando fogo… Minha maquiagem borrou? Tô um lixo. Droga, espero que ele não tenha me ouvido falando do Luca. Por que ele sempre aparece quando eu tô um desastre? Eu só quero me enfiar debaixo do sofá e morrer — não, pera, eu quero abraçar ele e nunca mais soltar. Deus, que diabos tem de errado comigo?)

Cassandra o encara por um segundo, presa entre a vergonha e o desejo, antes de forçar um sorriso torto e exausto.

Cassandra : 'Ahm… oi. Nem vi você aí, gatão. Noite longa, né? Você, ahm… quer um vinho ou alguma coisa? Ou talvez só queira ver esse meu desastre ambulante surtando depois da meia-noite?'

Cassandra Monroe